Humor: O Revólver
— Cansei Djordilan, pra mim chega!
— Amor me escuta!
— Num me chama de amor, porque quem ama não faz o que você fez, alias fazia, porque eu quero que tu vai embora da minha casa hoje de qualquer maneira!
— Me dá outra chance Ludmery, que eu prometo que vou mudar!
Por conta das centenas de vacilos do marido há muito Ludmery estava de saco cheio, mas dessa vez, alem de chegar como sempre doidão, gastara não se sabe como todo o salário.
A vida inteira, desde que se casaram o cara sempre foi ausente e irresponsável. Nem o dia em que o único filho nasceu estava ao lado da mulher.
Dessa vez percebendo que Ludmery realmente falava sério e iria pô-lo pra fora, o bundão correu até o quarto e voltou portando um revólver que parecia ser um trinta e oito.
Os vizinhos, testemunhas das tantas brigas do casal, dessa vez não precisaram ficar escondidos sob cortinas ou com os ouvidos colados em suas portas para ouvir o fuzuê, pois Djordilan descontrolado saiu para o quintal e esse pôs a gritar que iria se matar com um tiro na cabeça se a mulher o abandonasse. Minutos depois, cansados em esperar pelo tiro fatal, tanto Ludmery como os fofoqueiros de plantão desistiram:
— Ta bom Djordilan você venceu. Agora vai guardar essa merda de revolvi e procurar um chaveiro que ontem cum as sua palhaçada quebrou a chave dentro.
— Obrigado meu amor! (disse o bundão)
— Nisso tudo eu só quero te avisar uma coisa.
— Fala nega
— A próxima que você fizer num precisa nem passar pra pegar sua trouxa, porque eu vou jogar tudo pela janela. Escutou?
— Claro mozão!
— Você ia deixar mermo seu marido se matar minha filha? (indagou Agrélia, mãe de Ludmery, depois que o genro se foi)
— Que se matar mamãe? Aquele revólvi que você viu é de brincadeira, presente que o Tio Manduca deu no natal e que o palhaço escondeu já pensando em armar um circo igual esse de hoje…
Fernando Zappa
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