Secretários da Baixada anunciam calamidade devido ao lixo
A Baixada Fluminense está em contagem regressiva. Depois de Duque de Caxias, que teve sua área de transbordo fechada por uma decisão da justiça, os municípios de Nilópolis, São João de Meriti e Queimados ficaram sem destinação para o lixo domiciliar coletado. Da noite para o dia, na quarta-feira, 2 de agosto, a Central de Tratamento de Resíduos (CTR) de Adrianópolis, em Nova Iguaçu, deixou de receber resíduos de outros municípios, além de Mesquita.
“Temos um contrato vigente com a CTR, que é referência em todo o mundo, e na quarta-feira, com os caminhões na porta da Central, descobrimos que não podemos levar mais o lixo para lá. Não recebemos nenhuma notificação avisando isto”, disse o secretário Municipal de Meio Ambiente de Nilópolis, Renato Rabello. “O lixo começou a acumular na cidade. Nossa área de transbordo ficou parecendo um lixão”, disse Zilto Bernardi, secretário de Meio Ambiente de São João de Meriti.
De forma provisória, a CTR de Seropédica, de responsabilidade da Prefeitura do Rio de Janeiro, está aceitando receber o lixo destas cidades enquanto a situação com a CTR de Adrianópolis não retorna à normalidade. A Secretaria Estadual do Ambiente informou que pretende recorrer na justiça para que tudo volte ao que era antes.
Segundo os secretários, seria necessário muito pouco para que as cidades atinjam uma situação de calamidade pública. “Logo, outras cidades da região estarão em uma situação semelhante a nossa. Fecharam o aterro de Jardim Gramacho sem que fosse pensada uma solução para o destino do lixo das cidades da Baixada. Boa parte delas também depositava seu lixo domiciliar e entulho lá”, disse Samuel Maia, secretário de Meio Ambiente de Duque de Caxias. “Em média, temos um quilo de lixo gerado diariamente por habitante. Sem termos um destino definido, não podemos recolher o lixo. Sem recolher, em menos de um mês teremos as ruas das cidades totalmente tomadas por lixo, sem que os veículos possam circular, sem que as pessoas tenham condições de andar nas calçadas. Isto sem falar na saúda da população, que certamente será afetada”, ressaltou Renato Rabello.
Samuel falou sobre o caso de Duque de Caxias, após o fechamento do transbordo. “A Prefeitura do Rio de Janeiro antecipou em seis meses o fechamento do aterro de Jardim Gramacho e uma liminar fechou a estação de tratamento de resíduos da Figueira. Toda grande cidade possui áreas de transbordo como esta. Chamaram de lixão uma área onde os resíduos ficam apenas tempo suficiente para serem transferidos para veículos maiores, que os transportam até Seropédica. O lixo não fica parado. Ele não fica lá tempo suficiente para gerar chorume ou gases. Não tem como os caminhões compactadores que recolhem o lixo ir direto para Seropédica, a logística não permite. Somando ida e volta são cinco horas de viagem”.
Os secretários estão em contato com autoridades do Estado em busca de auxílio para solucionar este problema. “Estamos abertos para empresários que tragam soluções para o destino final dos resíduos na Baixada”, disse Renato Rabello.
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