Espetáculo inédito do grupo português “A Barraca” será encenado no Sesc Nova Iguaçu
Inédito no Rio, o espetáculo “D. Maria, a Louca” conta a história da chegada ao Brasil da primeira mulher reinante de Portugal, a rainha Dona Maria, que sucumbiu à loucura e deixou a regência a seu filho, Dom João VI. A personagem é interpretada pela atriz Maria do Céu Guerra, o principal nome do teatro português na atualidade, que recebeu uma das distinções mais importantes do teatro lusitano, o Prêmio Nacional de Teatro Bernardo Santareno, pela atuação na peça. A apresentação será no dia 3 de outubro, no Sesc Nova Iguaçu, às 20h. A entrada é gratuita.
O trabalho é assinado pelo grupo A Barraca, de Lisboa, criado por Maria do Céu Guerra em 1975 e considerado uma das principais companhias cênicas de Portugal. O texto foi escrito pelo dramaturgo, ator e diretor António Cunha, de Santa Catarina, cruzando episódios marcantes da história da Rainha louca, como o casamento com o velho tio D. Pedro que a fez abdicar de um verdadeiro e juvenil amor; a morte do pai D. José cujo trono virá a ocupar, a perda do filho que esperava que viesse a ser o rei e morreu de peste por não ter sido vacinado a conselho religioso.
Nesta montagem, toda a cena acontece dentro do navio em que a Família Real chega ao Rio de Janeiro, onde a rainha fica presa por dois dias a mando do filho. Neste cenário se desenvolve o monólogo, no qual ela fala do tempo presente e começa a viajar em suas memórias, contando a própria história e revivendo sentimentos. Quem ouve é a aia Joaninha, que diferente da montagem original, em que era apenas mencionada, agora aparece interpretada pelo ator Adérito Lopes. O espetáculo está vindo de uma temporada no Sul do Brasil, onde abriu o Festival Isnard Azevedo, em Florianópolis, e percorreu mais quatro cidades catarinenses.
Maria do Céu disse que, quando leu o texto, sete anos atrás, logo constatou que queria montá-lo — mas isso só aconteceu de fato no ano passado.
– Entusiasta como atriz pela forma monologal por tudo o que ela exige e estimulada por resultados anteriores em obras unipessoais como “Calamity Jane” ou “Pranto de Maria Parda”, dediquei meses a estudar a loucura de D. Maria, a sua vida e o difícil e belo texto de António Cunha que se aproxima, sem prejuízo da claridade indispensável ao texto teatral, da escrita oitocentista. Gostei do fato de esta ser uma loucura mais narrada do que vivida o que permite ao jogo do ator um permanente vai e vem interpretativo – diz a atriz.
Para Maria do Céu Guerra, “a Rainha foi excluída do mundo dos vivos 24 anos antes de morrer, incandescente e lúcida como a loucura”.
– Maria não foi a única cabeça coroada a perder a razão em Portugal. Mas foi a primeira mulher a reinar nosso país. E isto faz dela uma das mais martirizadas e comoventes figuras da nossa História – acrescenta.
Ficha Artística e técnica
Texto – Antonio Cunha
Encenação – Maria do Céu Guerra
Elenco – Maria do Céu Guerra, acompanhada de Adérito Lopes
Direção plástica, Cenografia e Figurinos – José Costa Reis
Assistência de encenação – Marta Soares
Adereços – Nuno Elias
Desenho de Luz – Luis Viegas
Operação de Luz – Fernando Belo
Sonoplastia e operação – Ricardo Santos
Relações Públicas e Produção – Inês Costa
Secretariado – Maria Navarro
Costureira – Alda Cabrita
Montagem – Mário Dias
Ilustração cartaz – José Costa Reis
Design Gráfico – Inês Costa
Fotografias – MEF – Movimento de Expressão Fotográfica
Produção – A BARRACA
Duração – 1h40
Serviço:
Espetáculo “D. Maria, a Louca”
Data: 3/10/2012
20h
Classificação: 12 anos
Entrada franca
Capacidade: 259 lugares
SESC NOVA IGUAÇU
Sesc Nova Iguaçu: Rua Dom Adriano Hipólito, 10 – Tel.: 3238-2100
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