Caso Juan: Governador pede investigação exemplar, mas, pede confiança em corporações
O governador Sérgio Cabral falou pela primeira vez, publicamente, sobre a morte do menino Juan, suspeito de ter sido assassinado durante operação policial, na favela Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Para Cabral, a investigação deve ser criteriosa, e se comprovada a participação de policiais militares no crime, a punição deve ser exemplar.
“Um caso como esse deve ser rigorosamente apurado, verificado aqueles que cometeram abuso de autoridade, que cometeram crime e afastados para o bem da grande maioria da corporação, que tem feito excelente trabalho”, afirmou.
Mesmo sabendo a gravidade da situação, o governador não deixou de fazer um apelo a toda população, para que não deixem em descrédito, os órgãos de segurança, como as Polícias Militar e Civil. Cabral garantiu que são instituições que fazem um belo trabalho, com uma atuação mais qualificada do que no passado.
“São esses policiais, eu digo; a corporação PM, a instituição Polícia Civil; que tem conquistado para nós, moradores do Rio de Janeiro, uma queda substancial nos índices criminais, pacificado comunidades, até elucidado mais homicídios do que no passado. A polícia tem prestado serviços importantes”.
Beltrame disse que se sentirá envergonhado se PMs forem culpados
No domingo, o secretário de Segurança Pública do estado, José Mariano Beltrame, já havia dito que se sentirá envergonhado caso os quatro policiais militares sejam considerados culpados pela morte de Juan. Beltrame garantiu que a secretaria vai agir de maneira muito transparente para punir os responsáveis.
“Neste momento, as polícia Civil e Militar fazem um trabalho exemplar de pacificação. Por isso é triste e, particularmente, até vergonhoso, afinal, a mesma instituição policial que faz isso (morte de Juan), se for verdade, é a mesma que atua no processo de pacificação. A gente fica triste por existirem esses dois lados”, disse.
GPS de viatura é peça-chave na apuração do caso Juan
O sistema de localização via satélite GPS das viaturas do 20º BPM (Mesquita) passou a ser uma das peças-chave para esclarecer o caso do menino Juan, 11 anos, morto dia 20 de junho na comunidade Danon, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense. O GPS mostra que pelo menos um dos veículos saiu do local do crime. O carro seguiu em direção à rua atrás do batalhão, onde os PMs prestavam serviço, voltou à comunidade e depois retornou ao quartel.
Uma dona de casa localizada pelo Jornal Nacional, da TV Globo, disse que viu PMs matarem Juan, esconderem o corpo sob sofá e voltarem 30 minutos depois para colocá-lo em viatura. No depoimento prestado na 56ª DP (Comendador Soares), os quatro policiais acusados narraram detalhes do suposto confronto, sem citar a trajetória dos carros. Sexta-feira, eles e mais três PMs — que estavam perto do local — participaram da reconstituição. Pelo menos um não teria mencionado o deslocamento do carro.
Fonte: O Dia online
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