ONG em Caxias oferece cursos
A ONG Espaço Cidadania e Cultura, que fica no bairro de Saracuruna, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, oferece cursos profissionalizantes de pintura, artesanato, corte e costura. Mas muitas mulheres têm preferido os cursos de eletricista e pedreiro.
A diretora da ONG, Lauricy Fátima Silva de Jesus, conta como teve a ideia de montar o espaço. “Comecei a fazer um trabalho com as mães dos alunos, aonde elas sinalizavam que queriam ter aqui no bairro algo que pudesse trazer para elas geração de renda, que pudesse trazer para elas algum dinheiro para que elas pudessem ter esse dinheiro e ajudar até as próprias famílias”, explica Lauricy.
Para a professora de artesanato Andréia Neres de Carvalho, a ONG é o único lugar no bairro em que as pessoas entram e saem com esperança.”Todas que vem para cá, é buscando oportunidade de crescer, de ajudar dentro de casa. Nos dias de hoje, o marido não trabalha sozinho e há aquelas também que são esposa e marido da casa”, contou a professora.
A modelo Ana Carolina Moura e Silva tem 16 anos e já dá aulas na ONG. “Como eu fazia um curso, eu me formei, aí veio a proposta de dar aula. A gente trabalha na hora que é para trabalhar, a gente ri na hora que é para rir, fica uma aula divertida, fica uma coisa superlegal e é bom porque elas são da minha idade e fica muito mais fácil”, explica Ana.
Maioria são mulheres
Na ONG, a maioria das alunas é mulher. Até nos cursos de eletricista, pedreiro e ladrilheiro elas predominam. Adriana da Silva Lins explica que não leva muito jeito para pintura e prefere por a mão na massa. “Meu marido, ele elogia porque agora lá em casa acabou aquilo:’amor, faz isso?’. Não, agora eu vou lá e faço e quando ele chega, ‘filho dá uma olhada lá, instalei o interfone, ajeitei o chuveiro'”, conta Adriana.
A aluna Suzane Ribeiro faz quase todos os cursos da ONG e diz que gostou um pouquinho de cada um. Ela conta o que escuta dos homens. “É, vai conseguir alguma coisa? Quero ver”, falou ela.
Um dos únicos homens do curso, Rogério da Costa Lima conta como se sente sendo a minoria.”É difícil, o curso está montando uma frente de trabalho, exclusão total da figura masculina da vida delas, isso não está certo, eu protesto”, falou o aluno.
O professor de elétrica Alberito Quirino da Costa brinca com o fato de os homens serem minoria. “Se Freud estivesse aqui eu ia perguntar a ele como ele ia explicar essa história, mas é muito legal”, disse.
Serviço
A ONG também tem atividades para crianças e adolescentes e funciona de segunda a sábado das 8h às 17h. Para maiores informações o telefone é 2778-2960 ou 2773-4232.
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