Humor: A Marcha da Maconha
Ao passar pela a Avenida Vieira Souto ver e ouvir dezenas de pessoas caminhando e cantando “Vou Apertar, Mas Não Vou Acender Agora”, música gravada por Bezerra da Silva e Barão Vermelho, o mineiro Jusdilan achou que era algum show e entrou no bolo.
Logo uma coroa se aproximou e sorridente lhe entregou um cartaz em que se lia “Liberdade Para Cannabis Sativa!”.
— Quem é essa mulher que ta na cadeia? (perguntou a um careca que estava próximo e que tinha o corpo literalmente coberto por inúmeras tatuagens)
— Mulher, que mulher?
— Essa tal de Cana… Canabis… Que ta escrito aqui no meu cartaz…
— Caraca! Que bagulho é esse que tu fumou cumpadi?
— Uai, fumei baguio nenhum sô!
— Porra maluco, pra tu achar que cannabis sativa é uma mulher, a parada é responsa. Faz uma presença, vamo dá dois!
Jusdilan que não entendia o idioma maconhês
e não se ligou que ao dizer “vamo dá dois, o cara não estava lhe fazendo nenhuma proposta sexual ou coisa parecida, mas o mineiro entendeu diferente e meteu um porradão no cara que caiu justo em cima da poliçada, que por ordem judicial não podia interferir na Marcha, mas diante do voo rasante dado pelo careca aproveitou para meter a porrada na galera, com direito a spray de pimenta.
Só na 13ª DP onde foi indiciado por perturbação da ordem, agressão e tráfico de drogas, foi que o Jusdilan ficou sabendo que Cannabis Sativa não era nome de nenhuma mulher e sim a titularização oficial da maconha, que dá dois era o mesmo que fumar um baseado e tal careca que dera a porrada era um policial infiltrado em uma operação para prender um perigoso traficante que participante da Marcha.
O mineiro que sempre ouvira dizer que mexer com a chamada erva do capeta significava ficar com olhos vermelhos e miúdos, voz arrastada e sonhando acordado, não imaginava que mesmo não fumando, não dando dois, um dia, seria estatisticamente mais um maconheiro posto fora de circulação em nome da família brasileira.
Fernando Zappa
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