Humor: O Réveillon de Jadinilson
Depois de comprar passagem/especial do Metrô falsificada e de sua dentadura quase cair em um ralo, Jadinilson conseguiu chegar à praia e começar enfim, realizar o sonho de passar um réveillon em Copacabana.
Assim que pisou no calçadão e se viu em meio a toda aquela muvucada endoidou. Comprou um latão de cerveja e foi à luta, pois como ele mesmo dizia virada de ano sem beijo na boca não era virada.
Correu os olhos em torno e deu de cara com uma mulata sorridente e bunduda. Para impressionar a gostosa sacou um celular que ele dizia ser um Smartphone Galaxy e fingindo está falando com alguém foi pra cima da dona:
— O que num falta é mulher bonita nessa praia, mas especial só você (disse o Jadinilson cheio de amor pra dar).
— Uau! Que homem é esse? (exclamou a mulata)
Imaginando ter se dado bem, Jadinilson pediu uma cerveja, depois outra e quando se preparava para arrastar a bunduda apareceu um louro dentuço vindo não se sabe de onde e gritando o agarrou pelo braço:
— Thief, robber, help me!
A galera, mesmo não sabendo nada de inglês entendeu que o Jadinilson roubara o gringo e foi pra cima.
Com sorte, Jadinilson conseguiu se soltar, mas pra seu azar ao correr foi em direção a uma tenda em que cerca de umas quinze pessoas, todas de uma mesma família, estavam acampadas a espera da queima de fogos.
O pessoal que bebia desde a tarde não entendeu o que acontecia e imaginado ser alguma manifestação contra o governador Cabral ou um arrastão, preferiu se afastar do local e ninguém entendeu mais ninguém.
Ao acordar parecendo um bife à milanesa, sem documentos, dinheiro, apenas de cueca, Jadinilson olhou em direção ao mar e sorrindo disse a um gari que arrastava uma caçamba apinhada de lixo:
— Réveillon como o de Copacabana não existe mermo em lugar nenhum do mundo né cumpadi? (sequencialmente ergueu as mãos em direção ao céu e gritou) Obrigado meu Deus por ser tão bom pra mim!
Fernando Zappa
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