Humor: Para Todo o Sempre Apaixonado
A temperatura local passava de quarenta graus e mais uma vez, sempre sorridente e animada, Laurita Bebel, baiana por convicção e apaixonada desde mocinha por Milton Perácio da Grande Rio, comandava a roda de samba e a tradicional feijoada do bloco carnavalesco Calcinha Molhada e Jordanildo dos Santos, assíduo frequentador, como sempre era o mais animado:
— O senhor é sempre alegre assim? (perguntou-lhe uma sarará magrela na fila para comprar cervejas)
— Assim como?
— Fala cum todo mundo, samba, canta… Eu queria ser assim.
— Já acordo feliz minha senhora. A alegria é o meu alimento preferido!
— Tô vendo que o senhor também é poeta. (disse a dona cheia de sorrisos, dando molinho pro Jordanildo)
—Senhor não, meu nome é Jordanildo, mas geral me conhece como Didico!
— Sou Carla Kátia, mas pode me chamar de Catita!
— Você vem sempre aqui no pagode da Laurita?
— Todo sábado. Antes vinha sempre com a minha falecida esposa, minha inesquecível paixão, mas deus levou o meu amor!
— Puxa, que pena…
— O que me conforta é que foi dezessete anos de muito amor e parceria. Adivaldina foi mais que uma esposa, foi parceira, foi mãe, foi meu tudo…
— Que lindo! Hoje em dia é tão difícil encontrar um amor assim… A maioria dos zomi ta pouco ligando pra zisposa. Acha que a gente só serve pra lavar, passar, cozinhar e criar filho… Carinho e amor dão pras piranha na rua!
— Comigo sempre foi diferente, amei e pra sempre vou amar a eterna dona do meu coração!
— Você já é viúvo há muito tempo?
— Não, comecei ontem, quando a nega foi atropelada na Avenida Brasil!
Fernando Zappa
Eleições 2020
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