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Duque de Caxias - Notícias - 27 de junho de 2011

Bairro da Baixada fluminense com moeda própria

Para quem não conhece, parece uma brincadeira de Banco Imobiliário. Mas o assunto é real. Ou melhor, saracura. Trata-se da nova moeda dos moradores do bairro de Saracuruna, em Duque de Caxias. A partir de setembro, a comunidade de 100 mil habitantes contará com moeda própria e banco comunitário, experiência que surgiu em 1998, no Conjunto Palmeira, em Fortaleza, no Ceará, e hoje contempla 52 modelos no País.

É uma parceria da Incubadora de Empreendimentos em Economia Solidária da Universidade Federal Fluminense (UFF) com a concessionária de energia Ampla, que vai investir R$ 180 mil na iniciativa. “A meta é estimular a geração de renda através do microcrédito”, explica a socióloga Rafaelle Castro, uma das coordenadoras do projeto, que também terá a participação de universitários de UFF e UFRJ.

O projeto funciona assim: toda vez que um morador quiser um empréstimo, para pagar uma conta, por exemplo, poderá pegar até 50 saracuras, com prazo de 30 a 40 dias para quitar, em saracura ou real, sem juros. Se for iniciar um negócio, o crédito é até 800 saracuras. Neste caso, terá de comprovar ao conselho do banco comunitário, formado por moradores, de que forma irá quitar o empréstimo. “A ideia é que pague em saracuras e o dinheiro circule na comunidade, já que o comércio aceitará as duas moedas”, explica Rafaelle.

Ela explica que comerciantes darão descontos a quem comprar em saracurura para estimular o consumo no local. Cédulas serão impressas no padrão do banco comunitário de palmas (moeda do Ceará) e terão selo para impedir falsificação.

Primeira iniciativa ocorreu no Ceará

A experiência de banco comunitário surgiu em 1998, no conjunto habitacional Palmas, em Fortaleza, através do ex-seminarista Joaquim Melo. A iniciativa deu tão certo que hoje, os moradores administram até uma pousada, a Palmatur.

No Estado do Rio, a experiência foi inaugurada ano passado em Silva Jardim, que criou a moeda social capivari. A ideia é que todos os bancos façam parte de uma rede.

Em Saracuruna, a agência funcionará no centro do bairro e moradores serão funcionários. “Estamos animados”, explica Júlio Cesar Miguel, 62 anos, presidente da Associação para o Desenvolvimento Comunitário de Saracuruna. A comerciante Marilda Mota, 52 anos, também demonstra entusiasmo: “Estou confiante que vamos melhorar as vendas”.

Fonte: O Dia Online

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