III Jornada da Igualdade Racial já contabiliza pontos positivos em Duque de Caxias
Uma semana de debates e oficinas para resgatar a identidade africana e trazer para o centro da discussão a questão étnico-racial. Este é um dos objetivos da III Jornada de Educação para a Promoção da Igualdade Racial, que acontece até sábado (30/11) em Duque de Caxias. No entanto, as atividades programadas estão longe do lugar comum. Somente nesta quinta-feira (28/11), a agenda incluiu palestras, lançamentos de livro e a abertura do seminário intermunicipal que vai abordar, entre outros temas, os dez anos da Lei 10639/2003 e com ela, a inclusão no currículo oficial da rede de ensino o tema história e cultura afro-brasileira.
A terceira edição dalya Jornada teve início na segunda-feira (24/11) e reuniu representantes do governo municipal, da Ong Se Essa Rua Fosse Minha e da Unicef- organizadores do evento. Durante os seis dias, a cidade recebeu participantes de 20 municípios da região metropolitana do Rio para cumprir uma agenda de eventos voltados para a conscientização e promoção da igualdade racial. “São dez anos da Lei 10639 e a participação de Duque de Caxias é emblemática. É uma oportunidade para tornar visível as ações que a cidade realiza para promover a igualdade racial, e também de aprofundar as experiências de outros municípios”, disse Miriam de França , representante da secretaria municipal de Educação.
Um dos legados positivos já iniciados por esta Jornada é o lançamento da Rede Intermunicipal de Aprendizagem das Relações Étnicos- Raciais. O objetivo é que em 2014 cada uma das 18 cidades participantes encaminhe 20 professores para receber qualificação em instituições como a Universidade Federal Fluminense( UFF), Sesc e a Unicef para lançar dois livros: o primeiro com as experiências adquiridas na escola e o segundo com as sugestões dadas pelas crianças sobre como lidar com o racismo e o preconceito em sala de aula, como adiantou o coordenador da Ong Se Essa Rua Fosse Minha, César Marques. “Se a criança não estiver se sentindo bem e segura no ambiente escolar não conseguirá aprender. O que também fica de importante é o comprometimento do poder público . Depois de sediar a jornada, Duque de Caxias está comprometida em garantir a implementação da Lei 10.639”, declarou.
O mundo no black power de Tayó
Nesta quinta-feira (28/11), após participarem de grupos de trabalho com diversas abordagens, assistiram a uma performance da escritora Kiusam de Oliveira, que fez uma sessão de leitura de seu mais novo livro O mundo no black power de Tayó. “Black Power significa mais do que um penteado, é um vetor de transformação porque é a aceitação de sua matriz africana”, concluiu a autora.
As professoras Carla Romão, 27, e Ana Paula Tavares, 35, ficaram encantadas com a publicação e elogiaram a programação da Jornada. “Os grupos de trabalho estão muito bons. A iniciativa é louvável, entretanto precisamos deixar claro que é só o início de uma discussão que precisa durar muito mais do que uma semana”, finalizou Ana.
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