O Pênis como “Fabricador” da Masculinidade
A impotência, atualmente, é uma coisa que constrange os homens. “Falhar na hora H”, como se diz popularmente, é algo terrível e que pode prejudicar a moral masculina. Tanto que, o mercado de remédios, criou o Viagra para que a vitalidade do homem permaneça até a sua morte.
O pênis não é apenas uma parte física que serve para reprodução de nossa espécie, mas ele é também cultural. A força do homem está no pênis e é o que lhe dá status social, ou mesmo dominação nas relações de gênero. Lembre-se de Freud com as suas teorias, digamos, “meio absurdas”, sobre que a mulher se sente inferior porque não possui o pênis efetivo. A vagina seria o pênis retraído.
Um livro, que retrata a evolução dos significados do pênis, pertence ao autor David M. Friedman, e que tem um título bastante sugestivo, “Uma Mente Própria: A História Cultural do Pênis”. Comecemos pelo detalhamento do título. A tese é que, no homem, existem duas mentes: uma que é material (a cabeça) e outra que é imaterial (o pênis e o poder que ele exerce nas emoções e sentimentos). A história do ser humano baseia-se na tentativa de controlar os desejos da segunda mente, pois ela pode ser perigosa. Controlar os desejos carnais, segundo Santo Agostino (que irá demonizar o pênis), é a fórmula básica para se viver plenamente e sem pecado. Não se poderia ejacular, pois havia o risco de perder os espermatozoides que eram imprescindíveis para a reprodução da espécie.
A Igreja, então, tem a tarefa de controlar o corpo, principalmente das mulheres. Os desejos sexuais são a entrada para que o demônio possa agir. Mas não apenas essa esfera social que tentou controlar, mas também o Estado (biopolítica – “controle político do corpo”) que criou campanhas. Por isso que, no carnaval, vemos várias propagandas do uso da camisinha: lógico que entra o combate contra as doenças transmissíveis, como também a gravidez indesejada; mas que o Estado está de olho no nosso órgão sexual.
O Viagra também é uma forma de controle. Ele é o grande responsável por “domesticar” o pênis: agora, o homem pode fazer sexo ao seu bel prazer. O homem finalmente controlou a sua mente imaterial.
Ora, o pênis sempre em ação, tornou a masculinidade eterna. O poder do homem foi assegurado. Enfim, em uma sociedade machista, o pênis é o definidor/fabricador da masculinidade.
Wagner Emmanoel.
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