Saúde bucal da família: adolescentes e adultos
A busca de um equilíbrio físico-psíquico-social, o adolescente apresenta comportamentos extremos, ora exacerbando suas atitudes positivas, ora mostrando-se francamente negligente com seus cuidados à saúde. Não raro, a adolescência é tida como um período de risco aumentado à cárie dentária, em decorrência do precário controle de placa e da redução dos cuidados com a escovação dentária. Por outro lado, torna-se um período crucial na atenção à saúde porque, nessa época, se estabelece todo um aprendizado ligado a condutas e comportamentos futuros, de forma que essa é também uma fase propícia ao desenvolvimento de um estilo de vida saudável a partir da consolidação de uma mentalidade de autocuidado de caráter mais duradouro, desde que haja condições favoráveis para tal.
Além da cárie, que outros problemas podem ocorrer?
A gengivite é a ocorrência mais comum depois da cárie. A gengivite é uma inflamação da gengiva provocando vermelhidão, sangramento e mau hálito. A gengivite é uma infecção causada por bactérias da placa quando não houver um controle adequado através da escovação e do fio dental. Freqüentemente, a gengivite está associada à presença de cálculo dental (tártaro) Podendo desenvolver uma periodontite agravando mais o quadro. O cálculo é placa bacteriana que mineralizou e por isto grudou e endureceu na superfície do dente, podendo ser removido pelo dentista. Algumas pessoas têm maior propensão à gengivite – é o caso dos adolescentes – e por isso precisam controlar a placa muito bem. Associado às gengivites ou não, o mau hálito é um problema sério, pois na maior parte das vezes quem tem não sente e as pessoas em volta sentem, mas ficam constrangidas em avisar a quem tem o problema. Além da gengivite, o mau hálito pode ser causado pela produção de gases malcheirosos por bactérias presentes na língua. Daí a importância de escovar sempre a língua.
SAÚDE BUCAL DA FAMÍLIA: ADULTOS !
Hipertensão Arterial Sistêmica é o mais comum e importante fator de risco para a doença cardiovascular e tem, com esta, uma relação contínua e progressiva. O tratamento farmacológico da Hipertensão pode acarretar efeitos colaterais no meio bucal. Além disso, a terapia diversificada usada no tratamento dessa doença pode interferir direta ou indiretamente nos procedimentos odontológicos, devido a interações medicamentosas, a indução da hipotensão postural e a alteração de humor. Daí a importância de que a programação de educação em saúde bucal contemple ações que instrumentalizem as pessoas para realizarem exames de saúde geral periodicamente para evitar e controlar possível danos a saúde, bem como o auto-exame da boca, a fim de identificar os sinais primários do câncer.
DOENÇAS BUCAIS X DOENÇAS CARDÍACAS
Tem sido encontrada grande associação entre o índice dental (medido por cáries, doença periodontal, lesões endodônticas e periodontais) e as doenças cardíacas, ainda sendo necessários estudos complementares para melhor definir as condições dessa relação. Levanta-se a hipótese de que agentes infecciosos como vírus e bactérias teriam um papel no início e eventual progressão da doença arteriosclerótica. A cavidade bucal apresenta uma vasta colonização por bactérias, mesmo em condições normais. A ocorrência de infecções como a doença periodontal determina o aumento do número e o aparecimento de novas bactérias. Algumas destas têm sido relacionadas com a evolução da doença arteriosclerótica, como demonstrado pela maior ocorrência de doenças cardiovasculares em portadores de doença periodontal.
Halitose ( mal hálito ) e outros problemas da boca podem ser um sinal para o diabetes descontrolado!
A halitose no paciente com diabetes descontrolado apresenta odor característico, semelhante ao da acetona. Outro sinal importante é um fenômeno conhecido por xerostomia, ou seja, sentir a boca seca, sem saliva. Isso acontece porque quando ocorre, por qualquer razão, uma carência de insulina, as células se vêem privadas de seu principal combustível, ou seja, da glicose. Nesta situação o organismo vai exigir outras fontes de energia que não necessitem da insulina para seu aproveitamento, recorrendo aos depósitos de gordura.
Dr. Rafael Amado Silva
CRO/ ES 5849
Mestrado em Dentística / Especialista em Atenção primária em saúde
Contato e dúvidas: Rafael-amado@bol.com.br
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