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Notícias - Nova Iguaçu - Polícia - 7 de julho de 2011

Caso Juan: Corpo do menino é sepultado sob forte esquema de segurança nesta quinta-feira

O corpo do menino Juan de Moraes, 11 anos, morto em ação policial na comunidade Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, foi sepultado no início da noite desta quinta-feira, com forte esquema de segurança e muita emoção, a partir das 19h15. O enterro aconteceu no cemitério municipal de Nova Iguaçu, que teve seus arredores isolados desde às 17h.

A princípio, o sepultamento seria nesta sexta-feira, às 9h, e a antecipação pegou de surpresa até mesmo a administração do cemitério, que foi avisado poucos instantes antes do início do cortejo. No local, estavam cerca de 20 pessoas, entre elas, os pais do menino e familiares, amigos próximos e outros moradores da comunidade Danon. O irmão de Wesley, também baleado na operação e que está sob proteção policial, não esteve no enterro. Para chegar ao cemitério, os parentes que estavam no Instituto Médico Legal, saíram pelos fundos do prédio, sob escolta policial.

O sepultamento do menino foi feito após o cemitério ter fechado, então, nenhuma outra cerimônia aconteceu no horário. Os presentes chegaram por uma entrada lateral, sem serem acompanhados pela imprensa. Segundo testemunhas, o enterro não durou mais do que 15 minutos e a mãe de Juan, Rosinéia Maria Moraes, foi a mais emotiva, chorando em vários momentos.

A segurança foi feita por homens da Polícia Civil e do Serviço Reservado da PM, em forte esquema montado durante toda a tarde no local. Além deles, representantes da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), também compareceram ao sepultamento para acompanhar a família.

De acordo com a SEASDH, o enterro foi antecipado por motivos de segurança. Os custos do funeral ficaram a cargo da SEASDH e a família já voltou para local sigiloso. A mãe de Juan, e irmão Wesley estão incluídos no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM).

Foto: Fábio Gonçalves / Agência O Dia

Protesto no Cristo Redentor lembra a morte do menino Juan | Foto: Fábio Gonçalves / Agência O Dia

Juan estava desaparecido desde o dia 20 de junho

O corpo do menino Juan seria sepultado nesta sexta-feira no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, por volta das 9 horas. O garoto estava desaparecido desde o dia 20 de junho após uma operação na Favela do Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Há seis dias, uma denúncia anônima levou policiais ao Rio Botas, em Belford Roxo, local próximo à Favela do Danon. No local, os agentes encontraram uma ossada e um laudo preliminar apontou que o cadáver era de uma menina. Nesta quarta-feira, exames de DNA comprovaram que houve erro no primeiro exame e que o corpo era mesmo do menino Juan.

ONG prestará homenagem ao menino

Nesta sexta-feira, das 6h às 14h a ONG Rio de Paz vai prestar homenagem ao menino Juan Moraes nas areias da praia de Copacabana. Entidade vai estender no calçadão, na altura da avenida Princesa Isabel, uma faixa com foto e mensagem ao menino. Lá, a população poderá prestar suas homenagens de adeus com flores e mensagens, além de cobrar respostas do poder público sobre o assassino da criança. Na areia da praia estará também uma das cruzes usadas na primeira manifestação do Rio de Paz, em 2007. Desta vez ela estará marcada com a data de nascimento e falecimento de Juan.

Sequência de falhas atrasam a investigação e a conclusão do caso

Operação
Dia 20, policiais do 20º BPM (Mesquita) vão à comunidade Danon checar informação sobre traficantes. Na ação, Juan desaparece, um rapaz é morto e dois são baleados, entre eles um irmão do menino.

Auto de resistência
Logo após a ação, PMs registram o caso como auto de resistência na 56ª DP (Comendador Soares). Apresentam armas e drogas e não falam sobre Juan.

Demora
O sumiço do menino só vem à tona no dia seguinte após denúncia da família de que ele fora baleado. Uma série de falhas na investigação da 56ª DP, entre elas a demora em pedir perícia para o local, faz o caso ser transferido, uma semana depois, para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense.

Afastamento
Afastados da rua cinco dias após a operação, os PMs vão para serviços internos no mesmo batalhão. Só ontem eles foram transferidos para a ‘geladeira’ da corporação.

Perícia
A primeira perícia no local só ocorreu oito dias após o sumiço, dia 28. O chinelo que o menino usava no dia 20 foi encontrado. Só então começaram as buscas pelo corpo.

Testemunha
W., baleado no confronto, foi apontado como traficante e ficou cinco dias algemado no hospital. A família comprovou que o rapaz trabalha e ele é incluído no Programa de Proteção à Testemunha só duas semanas após o confronto.

Ossada
Dez dias após o sumiço, dia 30, foi achada a ossada que a perita atestou ser de uma menina. As buscas a Juan continuaram por 4 dias. Só ontem, após dois exames de DNA, a Polícia Civil admitiu o erro.

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