Novo estudo apresenta resultados promissores para mulheres com mais de 35 anos com dificuldade para engravidar
Durante a próxima edição do congresso anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE), que ocorre de 7 a 10 de julho em Londres, será apresentado um estudo clínico inédito sobre o uso da alfacorifolitropina no tratamento da infertilidade. Os resultados comprovam a segurança e a eficácia do medicamento na indução da estimulação ovariana – primeira etapa da terapia de reprodução assistida – em mulheres acima de 35 anos que algumas vezes possuem menores taxas de resposta ao tratamento de infertilidade.
A capacidade reprodutiva da mulher começa a ser reduzida a partir dos 30 anos de idade e, particularmente, logo depois dos 35 anos. Geralmente, a capacidade reprodutiva cessa de 5 a 10 anos antes da menopausa1. Aos 30 anos, uma mulher saudável tem 20% de chances de engravidar em cada ciclo. Aos 40 anos, essas possibilidades são diminuídas para menos de 5%1. Daí a importância da assistência a essa faixa etária que recorre à terapia dentro das técnicas de reprodução assistida – TRA.
Comercialmente conhecido como Elonva, o medicamento, que acaba de ser lançado no mercado brasileiro, é a mais importante inovação no segmento de reprodução assistida dos últimos 15 anos. A alfacorifolitropina substitui as sete injeções diárias2 indutoras da ovulação por apenas uma, oferecendo muito mais comodidade à paciente.
A terapia padrão, além do incômodo das picadas, exige o cumprimento de uma agenda precisa para a administração e o uso correto do medicamento, o que é apontado como uma das principais causas do abandono das tentativas de engravidar por reprodução assistida2.
Ao contornar algumas situações que podem colocar em risco o resultado da terapia, como os erros na aplicação das injeções diárias, o novo produto pode reduzir o estresse associado ao procedimento3.
Resultados promissores
No estudo, a alfacorifolitropina foi comparada aos medicamentos usualmente indicados para a estimulação ovariana. Ao todo, 1.390 mulheres de 35 a 42 anos de idade, que possuem menores taxas de resposta ao tratamento da infertilidade, participaram da pesquisa que demonstrou a não inferioridade de uma única injeção no estimulo à produção de óvulos em comparação com as sete injeções diárias. Os parâmetros avaliados foram o número de oócitos (óvulos) recuperados e a taxa de gravidez.
Segundo os resultados, a taxa de gravidez entre as 694 mulheres que receberam uma única injeção de alfacorifolitropina foi semelhante à das 696 pacientes tratadas com as injeções diárias de FSH e o número médio de óvulos também foi equiparável4.
A segurança, outro item comparado no estudo, foi também semelhante, tanto na porcentagem de incidência de reações adversas (0,4 para alfacorifolitropina contra 2,6% para o tratamento padrão), como na incidência da síndrome de hiperestimulação ovariana (0,7% contra 1,4%)4.
Infertilidade de A a Z
- A infertilidade é uma doença do sistema reprodutivo definida pela falha em engravidar após 12 meses de relações sexuais regulares sem proteção5.
- Cerca 84% dos casais concebem dentro de um ano após o início das relações sexuais regulares sem contracepção. É aconselhado que aqueles que não obtiverem sucesso ao final desse período submetam-se à investigação clínica sobre infertilidade6.
- Mulheres com idade superior a 35 anos devem procurar avaliação médica antes mesmo do término de um ano7.
- Estima-se que um entre três casais apresente problemas de infertilidade quando a mulher tem mais de 35 anos de idade8.
- Há causas variadas para a infertilidade, incluindo deficiência na produção de óvulos ou de espermatozoides e anomalias genéticas ou congênitas, tanto na mulher como no homem8.
- A infertilidade também está associada à idade e a certos fatores de risco, como tabagismo, obesidade e estresse9.
- Sabe-se que de 20% a 30% dos casos de infertilidade estão relacionados ao parceiro, entre 20% a 35% são associados à mulher, de 25% a 40% das ocorrências apresentam-se como um problema de ambos e, em 10% a 20% dos episódios, nenhuma causa é encontrada10.
- Existem vários tipos de tratamento disponíveis para infertilidade: cirurgia, terapia com medicamentos, indução da ovulação e inseminação, entre outros6.
Terapia de reprodução assistida
A estimulação controlada dos ovários é a primeira etapa na maioria dos programas de reprodução assistida para fertilização in vitro e injeção intracitoplasmática de espermatozoides. Confira o passo a passo da terapia:
- Diagnóstico correto da infertilidade e avaliação da necessidade de terapia de reprodução assistida.
- Os ovários são estimulados para induzir o desenvolvimento de vários óvulos.
- Indução do amadurecimento dos óvulos para coleta.
- Recuperação (coleta) dos óvulos por via vaginal e preparação dos espermatozoides.
- Fertilização no laboratório.
- Transferência do embrião ao útero.
- Constatação e desenvolvimento da gravidez.
- Nascimento do bebê.
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