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Cidadania - Política e Governo - 19 de novembro de 2011

Transparência e participação popular

A cada nova notícia sobre corrupção que sai na imprensa, reforça o pensamento popular de que todo político é ladrão e todo político não presta. Todavia, este pensamento ou dito popular não retrata a realidade dos fatos. Alguns poucos políticos, é verdade, resistem em seguir seus programas partidários e ideologias na busca de alcançar uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária.

Não podemos falar de democracia onde não existe transparência dos atos públicos e o controle social sobre os mesmos. A dura realidade nas cidades brasileiras ainda está longe de ser considerada democracia. Poucas são as que de fato dão transparência das ações governamentais, e quando as fazem, é por pressão popular.

A cidadania plena se confunde com participação e o controle popular. Conquanto uma não sobreviva na ausência da outra, os gestores brasileiros estão longe de consagrá-las em suas administrações.

Sou daqueles que acredita que a participação popular é fruto de conquista e não de concessão, pois não existe participação tutelada. Desta forma, dizer que não participa por que não lhe é permitido, não passa de desculpas, pois a não permissão nada mais é do que o ponto inicial de qualquer processo de conquista.

As grandes vitórias que o povo brasileiro conseguiu em sua história vieram através de conquistas. O seguro desemprego, previdência social de acesso universal, o trabalho para mulheres, as cotas raciais, a inclusão dos PNE entre outros.

A sociedade tem cobrado por um comportamento ético e responsável dos gestores públicos, embora esta cobrança ocorra de forma incipiente. Infelizmente, devido a contextos históricos, nosso povo tende a mostrar uma atitude de aceitação passiva quanto ao nepotismo, à corrupção e ao desperdício dos recursos públicos, limitando-se a reclamar sem agir.

Mesmo sem ter conhecimento dos termos adequados, o cidadão percebe que a corrupção política se confunde com o patrimonialismo administrativo e, para ele, é  difícil concluir que desta mistura possa surgir uma boa gestão, proba e transparente que interaja com os políticos, pois afinal, não se pode fugir deles, com o objetivo de atender às demandas reais da sociedade através das políticas públicas.

É necessário que o cidadão cumpra com sua parte, abandonando seu papel passivo, mero consumidor de serviços públicos, para o de sujeito ativo guardião de seus direitos individuais e da comunidade, desenvolvendo sua consciência popular e assim, fomentando uma democracia verdadeiramente participativa.

Por Ronan Santos
Servidor Público Federal, Especialista em Gestão Pública e Responsabilidade Fiscal

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