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Notícias - Nova Iguaçu - Polícia - 4 de agosto de 2011

Defensoria Pública pede exumação do corpo de Juan

O defensor público Antônio Carlos de Oliveira entrou nesta quinta-feira com um pedido de exumação do corpo do menino Juan Moraes, morto por policiais após confronto com traficantes na favela Danon, em Nova Iguaçu, na região metropolitana do Rio de Janeiro, no mês de junho. Oliveira defende o cabo Edilberto Barros do Nascimento, um dos quatro policiais presos sob a acusação de terem sumido com o corpo do menino. Ele deve pedir um novo exame de DNA, que deverá ser feito pela Defensoria Pública.

A solicitação tem por base o laudo da perita legista Marilena Campos de Lima, que atestou que a ossada encontrada no dia 30 de junho em Belford Roxo era de uma menina. No entanto, uma semana depois, exames de DNA feitos pela Polícia Civil comprovaram que os ossos encontrados eram de Juan.

A perita foi exonerada do cargo de chefe do Posto de Polícia Técnico-Científica de Nova Iguaçu e responde a sindicância. Outros policiais que participaram da ação também são investigados.

No dia 20 de julho, o delegado titular da Divisão de Homicídios da Baixada, Ricardo Barbosa, afirmou que, de acordo com laudo da perícia, os tiros disparados na ocasião da morte de Juan partiram apenas das armas dos policiais envolvidos na ação. “Juan morreu com um tiro no pescoço e foi baleado por policiais militares”, afirmou o delegado, acrescentando que “testemunhas e perícia não indicam ocorrência de confrontos.”

No mesmo dia, a Justiça decretou a prisão temporária dos quatro policiais suspeitos. A decisão acatou pedido do Ministério Público Estadual, que solicitou a prisão dos oficiais por 30 dias.

Os cabos PMs Edilberto Barros do Nascimento e Rubens da Silva e os sargentos Isaías Souza do Carmo e Ubirani Soares tiveram pedida a prisão por 30 dias, enquadrados por dois homicídios dolosos duplamente qualificados, por motivo torpe e emprego de recurso que dificultou a defesa das vítimas (no caso das mortes do menino Juan Moraes e de Igor de Souza Afonso e duas tentativas de homicídios, também duplamente qualificados (W., o irmão de Juan, e V.).

Sequência de falhas no caso que chocou o Rio
Dia 20 de junho, policiais do 20º BPM (Mesquita) foram à comunidade Danon checar informação sobre traficantes. Na ação, Juan desapareceu, um rapaz foi morto e dois foram baleados, entre eles um irmão do menino. Logo após a ação, PMs registraram o caso como auto de resistência na 56ª DP (Comendador Soares). Eles apresentaram armas e drogas e não falaram sobre Juan.

O sumiço do menino só veio à tona no dia seguinte, após denúncia da família de que ele fora baleado. Uma série de falhas na investigação da 56ª DP, entre elas a demora em pedir perícia para o local, fez o caso ser transferido, uma semana depois, para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense.

Afastados das ruas cinco dias após a operação, os PMs foram para serviços internos no mesmo batalhão e, depois, para a “geladeira” da corporação. A primeira perícia no local só ocorreu oito dias após o sumiço, dia 28. O chinelo que o menino usava no dia 20 foi encontrado. Só então começaram as buscas pelo corpo.

W., baleado no confronto, foi apontado como traficante e ficou cinco dias algemado no hospital. A família comprovou que o rapaz trabalhava e ele foi incluído no Programa de Proteção à Testemunha só duas semanas após o confronto.

Dez dias após o sumiço, dia 30, foi achada a ossada que a perita atestou ser de uma menina. As buscas a Juan continuaram por quatro dias. Um mês depois, após dois exames de DNA, a Polícia Civil admitiu o erro.

 

 

Fonte: O Dia Online

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